Eu Estou Vivo

Pedro Vilela/Getty Images

Desde que saí do Cruzeiro, eu tenho escutado tanta coisa…

“Ah, o Henrique é mercenário.”

“O Henrique não tem gratidão.”

“O Henrique está acabado.”

“O Henrique é um traidor.”

Antes que você me pergunte se eu não fico magoado com esses comentários, preciso deixar algo bem claro: eu sou muito grato ao clube e, principalmente, aos torcedores cruzeirenses. Sem o carinho, sem o apoio deles, nossa relação não teria dado certo por tanto tempo.

E é pelo respeito que tenho por cada torcedor que eu digo que não, eu não fico magoado com o que algumas pessoas dizem ou escrevem sobre mim. Que não compreendem as atitudes que eu tive de tomar. O ser humano é assim. Geralmente se apega a uma coisa ruim e se esquece de todas as outras coisas boas que alguém já fez na hora de julgar.

Henrique The Players Tribune Cruzeiro
Divulgação/Cruzeiro

Sei que nem toda a torcida do Cruzeiro pensa dessa forma, porque muitos ainda se lembram — e fazem questão de demonstrar isso — dos grandes momentos que vivemos juntos. Por isso, senti a obrigação de quebrar o silêncio e contar o meu lado da história. De dizer a verdade. Eu prometo.

Mas antes eu quero dividir com os cruzeirenses uma lembrança bonita e, ao mesmo tempo, triste. 

Uma recordação que, por mais que não tenha tido um final feliz, faz eu me sentir vivo toda vez que penso nela.



Peguei a bola na intermediária, caindo pela direita e fui carregando… Ninguém deu combate. Resolvi arriscar o chute. 

Impossível de defender, velho. No ângulo.

Go-la-ço.

Num momento como esse, você sente o sangue pulsando em suas veias, o coração querendo pular pra fora do uniforme. Sobe uma adrenalina tão forte na cabeça que você nem sabe direito como comemora, e só agradece a Deus pelo privilégio de viver essa emoção.

O Morumbi ficou em silêncio. Lembro que o Kleber foi o primeiro a me abraçar — ele ainda ia marcar o segundo daquela noite. Eu tinha 24 anos, estava no auge do meu físico, e o Cruzeiro indo cada vez mais longe naquela Libertadores.

Já faz 13 anos, mas eu nunca vou esquecer dessa campanha. As pessoas também não se esquecem. Sempre tem alguém falando pra mim: “Pô, aquele gol contra o São Paulo foi lindo demais”.

Só que, na final, a gente acabou perdendo para o Estudiantes… Espera! Se a gente perdeu, então por que eu estou contando essa história? 

Porque aquele jogo me ensinou muita coisa.

Ainda era o Mineirão raiz, antes da reforma, a arquibancada estava lotada. Na geral, a mesma coisa. Para onde você olhava só conseguia ver azul. 

A nossa Nação azul.

Segundo jogo da final, segundo tempo, seis minutos passados, e, como já tinha feito contra o São Paulo nas quartas, eu chuto de fora mais uma vez. De muuuito longe. A bola desvia no zagueiro deles e entra!

Gol Henrique Cruzeiro Estudiantes final Libertadores 2009
Evaristo Sá/Getty Images

Enquanto eu corria e batia no peito, sentindo aquela mesma emoção que vivi no Morumbi, eu tive certeza que íamos levar aquele título. Mas a sensação não dura muito. Cinco minutos depois, os argentinos empatam e, aos 27, viram.

Final do jogo, eu lembro de descer meio atordoado para o vestiário e desabar lá dentro. Chorei de frustração. Pra falar a verdade, foi a primeira vez que chorei por causa de futebol. Não era possível fazer mais nada, e eu queria ter levado aquele título para o cruzeirense que lotou o Mineirão.

Desde menino eu via o futebol de um jeito despretensioso. Era a criança que, na lembrança da minha família, ia a todo lugar chutando uma bola. Padaria, supermercado, escola, casa de amigos… Sempre com uma bola no pé.

Futebol, para mim, era brincar, um negócio inocente, sem ambição. E foi assim durante muito tempo.

Só que ali, em 2009, naquela Libertadores, eu entendi duas coisas.

Primeira: por futebol se chora, porque o sentimento da arquibancada é o mesmo de quem está em campo. Somos profissionais, mas também somos humanos. Também sentimos.

Segunda: aquele choro me mostrava que o Cruzeiro tinha chegado pra mudar a minha vida.



Uma coisa que preciso dizer sobre mim, e talvez por isso eu tenha demorado tanto para falar novamente: nunca tive talento para holofote, pra chamar atenção. Eu sempre fui muito na minha, não gosto de aparecer. E meu começo no futebol é prova disso. 

Em Cambé, no Paraná, eu vivia jogando bola, participava de um campeonato amador atrás do outro. Eu tinha uns 15 anos e era um moleque destemido, jogava no meio dos adultos sem problema nenhum. 

No final dos jogos, sempre tinha alguém pra dizer que eu estava desperdiçando meu talento, que era bom jogador, que devia fazer um teste. Mas essa possibilidade nem passava pela minha cabeça.

Eu não queria holofote, isso eu já disse. Mas eu também tinha visto meus irmãos tentando ser profissionais — o mais velho chegou a jogar pelo Paraná no mesmo grupo que revelou o Dagoberto, o outro treinou na base do São Paulo… Então, eu sabia. Pouca gente acredita, mas a maior parte dos jogadores no Brasil ganha mal, trabalha em condições ruins, fica longe de casa. Para quem não está nos principais clubes do país, é uma vida dura demais. 

Eu não queria nada disso.

Só que um dia o Marquinhos, um amigo meu que chegou a jogar pelo Botafogo, conseguiu me convencer a tentar a sorte no Criciúma. Das duas semanas de teste, eu aguentei uma. Voltei pra casa com saudades. Sempre fui muito caseiro.

Mas aí outro amigo insistiu que eu devia fazer um teste no Londrina. Parecia nem lembrar que eu não tinha aguentado nem uma semana no Criciúma. No dia seguinte, quando ele apareceu de moto na minha casa mandando eu pegar as chuteiras, já tava com o discurso pronto:

— Pô, mas dessa vez não dá pra sentir saudades! Pra ir pra Londrina é só atravessar a rua!!

Kkkkkk. Pior que era verdade. Cambé, a cidade onde eu cresci, é grudada em Londrina. O argumento dele me ganhou. Tentei mais uma vez e passei.

Num sábado, chamaram meu pai para conversar e ofereceram um contrato de formação para mim. Salário? Não tinha. Só uma bolsa auxílio: 80 reais. OITENTA REAIS! Cê é louco?! Eu ia largar os estudos e deixar minha família sem meu salário da firma de tintas que eu trabalhava? Não mesmo.

Mas meu pai, que tinha o sonho de ver um filho jogador, resolveu me incentivar.

— Vai lá, filho, é a sua chance. A gente segura as pontas em casa.

Eu fui. E a partir daí a vida acelerou. 

Depois de jogar o Paranaense pelo Londrina, o Figueirense me contratou. Cheguei em 2005, naquele time de Edmundo, Clebão, Marquinhos Paraná, Axel, Sergio Manoel… 

Com tanto jogador renomado, eu só treinava, né? Mas precisei de uma chance só. No último jogo do campeonato, Figueirense x Santos, o Adilson Batista me colocou pra jogar. Eu estava pronto, fiz um bom jogo, marquei um gol e meu contrato foi renovado.

Henrique volante Figueirense 2007
Divulgação/FFC

Em 2007, chegamos à final da Copa do Brasil contra o Fluminense, feito inédito pro Figueirense. O título acabou ficando com eles, mas eu até marquei um gol na final, em pleno Maracanã. 

Cara, dá pra acreditar num troço desses?, eu pensava.

Não fiz categoria de base, comecei tarde no profissional, com 19 anos. Com 21, já estava sendo transferido para o Japão, ia jogar no Júbilo Iwata. 

Nunca tive talento para holofote, pra chamar atenção. Talvez por isso eu tenha demorado tanto para falar novamente.

Henrique

Fiz a viagem toda sozinho. Eu, um moleque que pouco tempo antes tinha achado demais os 800 km de distância entre Cambé e Criciúma, estava cruzando o mundo sem falar uma palavra de outra língua.

O Japão foi uma experiência única na minha vida. Fiquei só um ano por lá, mas é um lugar de muita educação e muito respeito. Até acho que eu teria ficado mais se tivesse uma família na época, mas era muito novo e o capítulo mais importante da minha vida ainda estava para começar. 

O Cruzeiro.

Em 2008, já com a camisa azul celeste, eu fraturei o tornozelo no meu primeiro jogo-treino. Foi um começo complicado, cercado de desconfiança. Por outro lado, eu estava leve. Só queria jogar e ser feliz, ainda não tinha a dimensão das coisas. Em 2009, eu estava naquela final da Libertadores, chorando no vestiário, emocionado como não sabia que era possível ficar com futebol.



Veja como as coisas são. Eu torcia para o Santos quando era criança. Jogar lá era um sonho, ainda mais ao lado de Neymar, Paulo Henrique Ganso, Elano… Ganhei a Recopa e o Paulista, títulos importantes. Só que não tinha jeito. Eu sentia como se tivesse deixado uma parte de mim em Belo Horizonte.

Quer dizer, jogar no Santos foi uma coisa ótima para a minha carreira, eu estava realizado, mas voltar… Foi o que Deus reservou para mim. Por mais que eu relutasse, Ele me colocou no futebol, depois me levou até o Cruzeiro mais uma vez.

Henrique volante Santos 2012
Aizar Raldes/Getty Images

2013 e 2014. Ninguém parava aquele time. O que tínhamos de diferente era a qualidade do elenco como um todo. Era até difícil de apontar quem era reserva e quem era titular. Quando um saía, entrava outro no mesmo nível.

Além da qualidade do grupo, todos estavam muito comprometidos. Deu no que deu. Bicampeões brasileiros.

Em 2015, na estreia da Libertadores, eu completei 250 jogos vestindo a camisa do Cruzeiro. Uma honra! Pouco tempo depois, o Fábio se machuca, e aí o Mano Menezes me chama de canto:

— Ô, guri, tenho uma notícia pra te dar: a braçadeira vai ser tua.

Eu? Capitão? E pra substituir o Fábio? O cara que mais vestiu aquela camisa na história? Que responsa. Pra quem não gostava de holofote, pra quem relutava em ser jogador profissional, até que eu tinha ido longe. 

Nessa altura nada mais me assustava. Eu não falei que o Cruzeiro tinha mudado minha vida? 

Aceitei o desafio de substituir o Fábio, de ser o capitão. Mas aceitei da minha maneira. Fui um líder discreto, sempre resolvi tudo internamente, na conversa, nunca tentei forçar uma coisa que eu não sou. E busquei ser um exemplo de dedicação e entrega.

Lembro de um dia em 2017. Tínhamos perdido o Campeonato Mineiro para o Atlético e, logo em seguida, fomos eliminados ainda na fase de grupos da Sul-Americana. O ambiente pesou. 

Henrique Cruzeiro Players Tribune
Bruno Haddad/Divulgação/Cruzeiro

Antes do treino eu reuni o time e propus uma roda de conversa. Deixei os meninos mais novos falarem. A primeira parte só foi descontentamento, pessoal falando que a culpa era do treinador, que estavam jogando fora de posição e tal. Na segunda parte, eu sugeri que cada um olhasse para si próprio.

“Tá, e agora? O que cada um de nós está devendo? O que mais cada um pode dar ao time? Vamos olhar para dentro”, eu disse. Em situações assim, o jogador tende a apontar os erros dos outros em vez de reconhecer o que pode melhorar. 

O grupo entendeu o recado, as autocríticas começaram a surgir. 

No pós-treino, o Sidnei, que era auxiliar do Mano, veio me cumprimentar: 

— Escuta, não sei o que vocês conversaram nessa reunião e nem quero saber, mas esse foi o melhor treino do ano.

Quem disse que terapia em grupo não funciona? Hahaha!

Era trabalho em dobro ser capitão, uma responsabilidade grande, mas eu me orgulho, sabe? Depois daquilo, fomos campeões da Copa do Brasil em 2017 e 2018. Pouca gente pode dizer que ganhou duas Copas do Brasil como capitão. De forma consecutiva, então, eu devo ser o único.

Henrique capitao Cruzeiro Copa do Brasil
Pedro Vilela/Getty Images

Só que tudo tem um lado bom e um lado ruim. Em 2019, a crise bateu forte. Como capitão, você fica exposto nesses momentos. 

Salário atrasado há dois meses, quem ia conversar com o elenco?

Eu. 

Cobrar da diretoria?

Eu.

Dar satisfação pra torcida?

Eu.

Falar com a imprensa? 

Eu. 

Tudo certo, é do jogo, mas algumas situações começam a fugir muito do seu controle. No final, capitão é só um cargo simbólico, ele não tem a caneta pra decidir nada.

O futebol é um elástico. Você tem de manter ele esticado o tempo todo. Se afrouxar, pelo menor tempo que seja, você perde a força e aí o risco é grande, porque é necessário gastar muita energia até esticar de novo. Foi o que aconteceu. O Cruzeiro afrouxou o elástico dentro e fora de campo.

Em mais de 10 anos, eu nunca tinha tido salário atrasado, por exemplo. O Cruzeiro era um clube bem estruturado, mas, de repente, estava muito fragilizado e sem forças para reagir.

Dentro de campo, nunca vi tanta falta de compromisso por parte de alguns atletas. Lembro do dia em que perdemos de 4 a 1 para o Grêmio, em pleno Independência. No fim do jogo, eu estava morrendo de raiva por dentro, mas tinha jogador do nosso time dando risada com os adversários, num clima tranquilo, como se a gente tivesse vencido a partida. Aquilo foi muito decepcionante. 

Trocar camisa, cumprimentar um ex-companheiro que está do outro lado? Beleza, isso é normal. Mas levar de 4 a 1 em casa e os caras saírem dando risada? Aí eu não podia aceitar.

Confesso que perdi a calma em várias ocasiões. Sei que o capitão do time precisa ser político, fechar os olhos para algumas coisas. Porém, eu estava no meu limite. Fui pro embate, confrontava outros jogadores, e acabei absorvendo para mim toda a carga negativa dos maus resultados.

Foi um ano tão desgastante que dessa vez, no jogo do rebaixamento, nem consegui esperar chegar no vestiário. Comecei a chorar em campo mesmo, de tanta tristeza e revolta. A torcida do Cruzeiro não merecia isso. 



Tem uma música do Pearl Jam, eu sempre adorei rock, ouvia desde pequeno na calçada em frente à minha casa, que diz no refrão: I’m still alive. Eu estou vivo. É assim que eu me sinto hoje.

No começo de 2020, era justamente o contrário. Eu não estava nada bem. O rebaixamento tinha mexido comigo. Achei que o único jeito era respirar novos ares e aceitei ser transferido para o Fluminense. Foi aí que tudo desmoronou.

Por que eu disse que aceitei? Porque eu fui levar pra diretoria do Cruzeiro a proposta e eles não demonstraram interesse nenhum em mim. Disseram que eu podia ir, que a coisa funcionava assim mesmo. Doze anos de clube e não fizeram questão nem de conversar.

Lembro de sair da reunião e falar com o Benecy, que também ficou impressionado com a frieza da diretoria. A verdade é que quem tinha chegado lá estava caindo de paraquedas. Nem se deram o trabalho de saber quem queria sair e quem queria permanecer.

Eu fui pro Fluminense, mas não me adaptei. 

Meu corpo foi, mas minha alma ficou. Meu coração queria ter ficado. Eu estava no Rio, mas ficava acompanhando os jogos do Cruzeiro, lendo notícias sobre o Cruzeiro. Não demorou, veio a pandemia, tudo parou e, para minha felicidade, Deus me colocou de volta no Cruzeiro.

Infelizmente, eu tive uma lesão grave ao retornar e entrei em um processo longo de recuperação. Três cirurgias. A dor te paralisa, te deprime, te imobiliza. Estava tudo fora de ordem.

Aí veio aquela noite. Até hoje eu não consigo lembrar do que aconteceu. Eu tava no carro sozinho, numa estrada que passa pela Serra do Rola Moça. Do nada, eu apaguei. Quando retomei a consciência, estava preso dentro do carro tombado.

Estou fazendo de tudo para poder voltar a fazer o que mais amo, que é jogar futebol.

Henrique

Meu carro simplesmente despencou a 200 metros de altura, capotou morro abaixo. Os bombeiros me tiraram pelo teto solar. Inacreditável. Deus agiu de novo, e eu sobrevivi a uma queda brusca praticamente intacto, sem machucado algum, sem lesão cerebral, nada.

Esse acidente me fez repensar algumas coisas, a começar pela minha relação com o Cruzeiro.

Juntos conquistamos 10 títulos, metade da minha vida foi de dedicação total ao Cruzeiro. Tenho 524 jogos pelo clube, sou o oitavo jogador que mais vezes vestiu essa camisa.

Henrique Cruzeiro sangue Once Caldas Libertadores
Gazeta Press

Eu chorei, sorri, suei e dei a cara para bater. Nunca me omiti. Por isso, eu não posso confundir o Cruzeiro com as pessoas que comandam o clube num dia e no outro já não estão mais lá. Que te mandam embora mesmo machucado, em tratamento após três cirurgias. É uma decepção, de fato, mas que está longe de representar o meu sentimento pela instituição.

Em 2019 as coisas desandaram e, é claro, eu errei também. Disse isso em todas as ocasiões que pude. Errar é humano. O erro não pode apagar a história que tenho com o Cruzeiro.

Eu me orgulho todos os dias, enquanto levo minhas filhas para a escola, do que eu fiz nesse clube, do que esse clube fez por mim.

Quer saber de uma coisa? Os garis que recolhem lixo na minha rua sempre passavam gritando meu nome nos momentos de dificuldade. Teve um dia que eles pararam o caminhão, entraram em casa e fizeram uma oração pra mim. Eu tinha acabado de passar por uma cirurgia.

Nos momentos que você menos espera, Deus usa as pessoas certas pra fazer com que você consiga seguir em frente. 

É esse carinho que me faz continuar. Dos garis aos torcedores que não se esquecem daquele gol no Morumbi nem daquele gol no Mineirão. Que lembram e valorizam também os bons momentos. 

Henrique volante Cruzeiro x Atletico
Vinnicius Silva/Divulgação/Cruzeiro

Sim, estou fazendo de tudo para poder voltar a fazer o que mais amo, que é jogar futebol, e seguir com meus hobbies, como jogar tênis nas horas vagas.

Não está em meus planos parar dessa maneira. Mas, caso seja impossível retornar ao futebol, eu não terei do que me queixar. Jamais imaginei ser jogador, e olha onde eu cheguei, tudo que conquistei. Isso é o que fica na história.

Eu prometi contar a verdade. Então, aqui está o verdadeiro Henrique. 

O Henrique não está acabado, muito menos magoado. O Henrique está vivo. Still alive. Por tudo que passei, só tenho a agradecer a Deus pela nova oportunidade de vida que me deu.

Autografo Henrique Cruzeiro

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